Um blog que tem como objetivo falar sobre as dificuldades enfrentadas por mim. Também falarei da minha vida, do meu cotidiano, das minhas conquistas, dos meus fracassos. Postarei textos, letras de músicas, artigos, enfim, tudo o que me chame a atenção. Um blog que tem o intuito de se expressar neste mundo virtual que nos cerca. Um blog feito para você entrar, visitar, e sobretudo comentar. Um blog que te fará aprender, e se reconhecer através do que será postado aqui.
quinta-feira, 27 de março de 2014
O dia do surdo! - Um artigo para o nosso aprendizado.
Ois gente! Hoje é o dia do portador de deficiência auditiva, popularmente conhecido como surdo.
Por isso, vim hoje postar, um artigo que fala à respeito desta deficiência, e postarei outro falando sobre a LIBRAS, (Língua Brasileira de Sinais).
Espero que vocês gostem, e que a partir destes artigos, conheçam mais sobre esta deficiência que até os dias de hoje, vive um preconceito gigantesco.
Beijos, e parabéns aos surdos, estes lutadores, guerreiros.:
Deficiência auditiva (também conhecida como hipoacusia ou surdez ) é a
perda parcial ou total de audição . Pode ser de nascença ou causada
posteriormente por doenças .
No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum
tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos
no processo educativo , compreendeu-se que eles, em sua maioria, não
tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos
poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de
comunicação entre surdos e ouvintes . Porém, o desenvolvimento das
diversas línguas de sinais e o trabalho de ensino das línguas orais
permitiram aos surdos os meios de desenvolvimento de sua inteligência.
Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato
ressaltado na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova
tendência educacional e social.
Perda Auditiva e Hipoacusia.
Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e métodos de
avaliação da perda auditiva, características dos diversos tipos de
surdez, etc., são fundamentais para compreender as implicações da
deficiência auditiva.
O deficiente auditivo é classificado como surdo , quando sua audição não
é funcional na vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que
deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva . A deficiência
auditiva pode ser de origem congênita, causada por viroses materna
doenças tóxicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada
por ingestão de remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons
impactantes, viroses , predisposição genética , meningite , etc.
As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda auditiva, sua
ordem e localização. Quando a lesão se localiza no ouvido externo ou no
médio é denominada como deficiência de transmissão ou deficiência mista
dependendo da intensidade da lesão. Quando se origina no ouvido e no
nervo auditivo é dita deficiência interna ou sensorioneural (estágio
mais agudo da deficiência).
Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente claro para
a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau
de perda auditiva é calculado em função da intensidade necessária para
amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa surda. Esta
amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito
anteriormente.
Para o caso do ouvido humano, a intensidade padrão ou de referência
correspondem à mínima potência de som que pode ser distinguida do
silêncio , sendo essa intensidade tomada como 0 dB. Uma pessoa com
audição normal pode captar como limiar inferior, desde -10 dB até + 10
dB. Verifica-se essa progressão se dá de forma exponencial ou seja
multiplicando-a por dez. Logo, pressupõem-se que 10 dB tenha uma
intensidade dez vezes superior a 0 dB e 30 dB são de uma intensidade cem
vezes superior a 10 dB.
Dessa forma entende-se melhor a grande diferença entre uma pessoa com
uma perda de 60 dB, que consideramos hipoacústico , e outro com 100 dB
de perda. Tendo em vista que 60 dB é mais ou menos a intensidade de um
grito a 1,5 m de distância. Portanto, compreendemos que a diferença
entre uma perda de 60 dB e 100 dB.Á última sendo considerada bem mais
difícil, para o prognóstico de reabilitação.
Contudo a medida da perda auditiva não é suficiente para medir o real
problema de audição que uma pessoa apresenta. Faz-se necessário mensurar
também qual o espectro de freqüência que está afetado pela surdez.
Considera-se que as perdas auditivas nas freqüências baixas são mais
prejudiciais do que as perdas nas freqüências altas. "Para
compreendermos a causa disto teremos de analisar a relação entre a
freqüência de um som e o tom com que este som se percebe". (CRYSTAL,
1983).
A freqüência de um som é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). O
ouvido humano percebe sons nas freqüências entre 20 Hz e 20.000 Hz.
Entretanto a resposta perceptiva ao estímulo sonoro é denominada tom.
Porém não há uma relação entre a escala de tons e a escala de
freqüências. Mas, podemos tomar como parâmetros a escala de tons. Onde
se compara o tom de uma nota musical a exemplo a nota "lá" que poderá
apresentar um grau de entonação inferior ou superior dentro da mesma
nota "lá".
Essa variação denomina-se uma oitava. "Ora bem, percebe-se como uma
oitava superior a um tom dado, o som, em termos físicos, dobra a
freqüência do primeiro. Desta forma, embora entre 2000 Hz e 4000 Hz haja
uma distância física de freqüência menos do que entre 100Hz e 2000Hz,
porém à distância perceptiva de tons é muito maior". (FRY et. al.,
1982).
Comparando esses valores percebemos que entre 2000 Hz e 100 Hz há mais
de quatro oitavas, porque de 2000 Hz para 1000 Hz há uma oitava, ou
seja, a metade da sua freqüência. Por tanto de 2000 Hz para 1000 Hz há
uma oitava, de 1000 Hz para 500 Hz também há uma oitava, de 500 Hz a
250 Hz há outra e de 250 Hz a 125 Hz há outra. Entendemos agora por que
as perdas auditivas nas freqüências baixas são de muito pior prognóstico
do que as perdas nas altas freqüências.
Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer uma exploração
audiométrica do grau de perda por relação com um espectro de freqüência
que vá pelo menos de 125 Hz a 4000 Hz, já que são estas as freqüências
mais utilizadas na fala humana.(CASANOVA, 1988).
Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação entre o
limiar auditivo e o limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de
resíduo auditivo que poderá ser aproveitado para a reabilitação
indivíduo surdo. O limiar auditivo corresponde ao nível de intensidade
necessário para que a pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser
diferente em cada freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a
intensidade sonora produz dor à pessoa. A distância que vai do limiar
auditivo ao limiar de dor é o que se chama de resíduo auditivo
utilizável.
O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus
alunos quando observar os seguintes sintomas: Excessiva distração;
freqüentes dores de ouvido ou ouvido purgante; dificuldade de
compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação, muito alta
ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.
Patologias do Ouvido.
A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de
transmissão – quando o problema se localiza no ouvido externo ou no
ouvido médio; deficiência mista – quando o problema se localiza no
ouvido médio. E deficiência interna ou sensorioneural – quando se
origina no ouvido interno e no nervo auditivo.
As principais patologias do ouvido humano são: as ligadas à membrana
timpânica, a deficiência de transmissão sonora no sistema
tímpano-ossicular, a rigidez nos ligamentos de suporte ossicular, a
timpanoesclerose, a fixação do martelo, a ausência no reflexo
estapediano, a paralisia do nervo do músculo estribo, a complacência da
membrana timpânica ou a sua rigidez, a lesão retrocloclear e a surdez
psicogênica que é um dos distúrbios psicogênicos.
A impedância acústica do ouvido médio é um tipo comum de patologia. Pode
ser definida como a resistência que a mesma oferece à energia sonora que
penetra no conduto auditivo externo. E há ainda as patologias ligadas a
Trompa de Eustáquio apresentando-se ou muito aberta ou obstruída e
causando sintomas como autofonia e a percepção sonora da respiração pelo
indivíduo.
Classificações.
Classificação por origem da surdez.
* Os portadores de surdez patológica, normalmente adquirida em idade
adulta;
* E aqueles cuja surdez é um traço fisiológico distintivo, não
implicando, necessariamente, em deficiência neurológica ou mental; este
é o caso da maioria dos surdos congênitos.
Classificação por forma de comunicação.
* Surdos oralizados : aqueles que se comunicam utilizando a língua
oral e/ou escrita.
* Surdos sinalizados : aqueles que se comunicam utilizando alguma
forma de linguagem gestual.
* Surdos bilíngues : aqueles que utilizam ambas as formas de
comunicação.
Etiologia da surdez.
As causas da surdez podem ser divididas em: pré-natais, peri-natais e pós
natais. As causas pré-natais são:
* Hereditárias (A deficiência auditiva pode ser transmitida
geneticamente de geração em geração, particularmente quando existem
casos de surdez na família);
. Doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez , tais como:
- Rubéola ;
- Sífilis ;
- Toxoplasmose ;
- Citomegalovirus ;
- Herpes ;
- Intoxicações intra-uterinas;
- Agentes Físicos (como, por exemplo, os raio-X );
- Alterações Endócrinas ( Diabetes ou Tiróide );
- Carências Alimentares.
As causas peri-natais podem ser:
* Traumatismos Obstétricos;
* Anóxia .
As causas pós-natais podem ser:
* Doenças infecciosas;
* Bacterianas (ex.: meningites , otites , inflamações agudas ou
crónicas das fossas nasais e da naso-faringe);
* Virais;
* Intoxicações;
* Trauma Acústico.
A língua brasileira de sinais ( LIBRAS ) é a língua de sinais PB (língua
gestual PE ) usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos
brasileiros 1 e reconhecida pela Lei. 2 3 É derivada tanto de uma língua
de sinais autóctone quanto da língua gestual francesa ; por isso, é
semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América . A LIBRAS
não é a simples gestualização da língua portuguesa , e sim uma língua à
parte, como o comprova o fato de que em Portugal usa-se uma língua de
sinais diferente, a língua gestual portuguesa (LGP) .
Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, ela é
composta por níveis linguísticos como: fonologia , morfologia , sintaxe
e semântica . Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem
palavras , nas línguas de sinais também existem itens lexicais , que
recebem o nome de sinais . A diferença é sua modalidade de articulação,
a saber visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo,
para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É
necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases,
estabelecendo comunicação. Os sinais surgem da combinação de
configurações de mão , movimentos e de pontos de articulação — locais
no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos
compõem as unidades básicas dessa língua. Assim, a Libras se apresenta
como um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos
de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como em qualquer língua,
também na libras existem diferenças regionais. Portanto, deve-se ter
atenção às suas variações em cada unidade federativa do Brasil.
Breve histórico da língua brasileira de sinais.
O Instituto dos Surdos-Mudos, hoje, Instituto Nacional da Educação de
Surdos (INES) foi a primeira escola para surdos no Brasil, fundada em
1857. Foi a partir deste, com a miscigenação da antiga língua de sinais
brasileira com a língua de sinais francesa, que, definitivamente, nasceu
a língua brasileira de sinais (Libras)
Por ser a única instituição para surdos no país e no continente, o INES
foi muito procurado por brasileiros e estrangeiros, virando referencia
na educação, socialização e profissionalização de surdos.
No entanto, em 1880, houve em Milão um Congresso que proibiu a língua de
sinais (gestual), achou-se por melhor adotar a oralização julgando que
esta seria de melhor valia para a educação e o aprendizado dos surdos.
Muitos surdos e professores criticaram tal ação, pois legitimavam a
comunicação sinalizada.
Através de diversos movimentos e muita pesquisa na área, foi legitimada
como Língua a comunicação gestual entre surdos. Foi apenas no fim do
século XX que os movimentos se intensificaram querendo a oficialização
da língua brasileira de sinais (LIBRAS), em 1993 o projeto de lei entrou
na longa batalha para a regulamentação da Libras no país.
Apenas no ano de 2002 a língua brasileira de sinais foi oficialmente
reconhecida e aceita como segunda língua oficial brasileira, através da
Lei 10.436, de 24 de abril de 2002. Mesmo com um andamento lento o
progresso para a cultura Surda acontece. O século XXI começou e fez a
LIBRAS realmente avançar.
Em 2005, através do decreto 5.626 a língua brasileira de sinais foi
regulamentada como disciplina curricular. Já em 2007, a estrutura de
língua foi aplicada a Libras, já que ela é uma língua natural e possui
complexidades próprias e comunicação eficaz. Em 2010 foi regulamentada a
profissão de Tradutor\ Interprete de Libras, simbolizando mais uma
grande conquista.
É dever do Poder Público garantir acesso e educação para surdos nas
escolas regulares de ensino, garantindo seu aprendizado e progressão
educacional.
Legalidade da LIBRAS.
Estão garantidas no Brasil, por parte do poder público em geral e
empresas concessionárias de serviços públicos, formas
institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da língua brasileira de
sinais como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das
comunidades surdas do Brasil. De acordo com as normas legais em vigor no
País, as instituições públicas e empresas concessionárias de serviços
públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento
adequado aos portadores de deficiência auditiva.
O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais,
municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão do ensino da
Língua Brasileira de Sinais nos cursos de formação de Educação Especial,
de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior. O
governo do estado brasileiro de São Paulo produziu um dicionário voltado
para os surdos, elaborado com o intuito de diminuir ao máximo a exclusão
digital. Produzido em CD-ROM, o dicionário tem 43 606 verbetes, 3 000
vídeos, 4 500 sinônimos e cerca de 3 500 imagens.
Convenções para a transcrição.
A Libras, como as outras línguas de sinais, não tem um sistema de
escrita largamente adotado, embora existam algumas propostas, como a
SignWriting , que estão sendo usadas em algumas escolas e publicações.
Na falta de uma escrita própria, a Libras tem sido transcrita usando
palavras em português que correspondam ao significado dos sinais. Para
designar que a palavra em português indica um sinal, é grafada
convencionalmente em letras maiúsculas. Por exemplo: LUA, BOLO.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
oi fer!!!!!! super importante seu post. um canal de comunicação e esclarecimento pra muitos ignorantes de plantão. entre ser cega e ser surda, prefiro ser cega sabe. eu acho que eles sofrem mais que nós. parabéns a eles! nossos amigos de batalha.
Postar um comentário